Wynton Marsalis

Think Of One - 1983
Um dos maiores discos das ultimas décadas e da história do Jazz. Ao compor temas dotados de grande ousadia e recriar alguns standards com muita originalidade, Wynton Marsalis criou uma de suas maiores obras-primas que virou padrão para uma grande geração que estava surgindo: os Young Lions.

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Esse é o segundo álbum solo de Wynton Marsalis. Gravado pelo selo Columbia, esse disco causou um frisson nos fãs, críticos e estudiosos do jazz. Com certeza, Think Of One é um dos maiores discos da história do jazz, pois traz uma síntese do que é um Wynton Marsalis, bem como o tipo de som que influenciou quase todos os músicos que apareceram no cenário jazzistico após os anos 80: como descrever e classificar um trompetista de 21 anos que grava tanto standards quanto suas próprias composições com uma excelência, originalidade e virtuosismo fora de série? Era essa a pergunta que circulava na cabeça dos críticos após ouvirem o primeiro disco, o homônimo "Wynton Marsalis", e esse que é o segundo disco solo, "Think Of One". Então, o rotularam de neo-conservador, pois era conservador, mas prezava pela complexidade rítmica, composicional e sonora de seus discos. Todos os seus discos foram gravados totalmente acústicos como nos anos 60 e, além disso, Wynton primava por recriar a atmosfera dos quintetos de Miles Davis dos anos 60. Aqui em Think Of One, fica claro as alusões: Branford Marsalis, o irmão de Wynton, foi fortemente influenciado por Wayne Shorter e Jeff Tain Watts, um dos maiores bateristas dessa geração, mostras claras influências de Tonny Willians com uma bateria explosiva e que, por vezes, beirava a polirritmia. Wynton, por sua vez, mostra muito mais do que a influência de Miles Davis em seu som: os solos são arrasadores e enérgicos e algumas vezes são líricos e cheios de blues. As faixas mais líricas são as baladas My Ideal e “Melancholia” de Duke Ellington, considerado por muitos como uma das versões mais belas existentes no jazz. A faixa-título, Think Of One, é uma composição do grande Thelonious Monk com arranjos geniais e mudanças rítmicas, fortes características de Wynton que já estavam ficando evidentes. Mas o destaque maior deste disco não são os standards recriado de forma original. O destaque deste disco é a ousadia composicional do jovem Wynton que deixou a todos perplexos com seus temas, principalmente com a quase-atonal Knozz Moe-King, onde há cadências dificílimas, mudanças de tonalidade, muita variação rítmica e é baseada em escalas modais. Nessa faixa, o baterista Jeff Tain Watts dá um show de execução; Branford também mostra seu dificílimo fraseado e Wynton beira o descomunal. O pianista Kenny Kirkland também é bem alusivo ao evocar Herbie Hancock, só que numa linguagem mais "desrritimada" e moderna; além disso ele colabora com a sua composição intitulada Fuchsia. Muito Bom!

01. Knozz-Moe-King
02. Fuchsia
03. My Ideal
04. What Is Happening Here (Now)?
05. Think of One
06. The Bell Ringer
07. Later
08. Melancholia

Clique aqui para ouvir faixa Knozz-Moe-King

Wynton Marsalis - trumpet
Jeff "Tain" Watts - drums
Phil Bowler - bass
Ray Drummond - bass
Kenny Kirkland - piano
Branford Marsalis - tenor and soprano saxophone

Este post é uma parceria entre o Blog Farofa Moderna e o Blog Jazzman!. Para baixar outros discos de Jazz, Funk, MPB, Música Instrumental Brasileira e afins, é só acessar :

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