sábado, 29 de novembro de 2008

Roberto Muggiati - Improvisando Soluções

ENTREVISTA EXCLUSIVA - Roberto Muggiati

O blog JazzMan! tem a enorme honra de entrevistar o jornalista Roberto Muggiati, um dos mais importantes escritores e historiadores de jazz em nosso país.


Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Colaboração: Fernanda Melonio e Vagner Pitta

O jornalista curitibano Roberto Muggiati tem sido nos últimos anos uma verdadeira autoridade no que tange à difusão do jazz entre os brasileiros. Com diversas publicações sobre o gênero, Muggiati consegue mostrar ao leitor, com uma linguagem agradável e elegante, que o jazz não é nenhum bicho de sete cabeças e que está além de um simples gênero musical, podendo ser utilizado como fonte de inspiração para diversas situações e decisões ao longo da vida.

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Esta idéia é reforçada em seu último lançamento Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso (Best Seller, 2008), onde o escritor cita diversos exemplos de jazzistas que superaram as mais variadas adversidades para impor a sua arte. Superação e improviso fazem parte da história e da estética do jazz, onde seus vitoriosos protagonistas transformaram vivências e sentimentos em uma arte espontânea, que permanece viva há mais de um século.

Roberto Muggiati estará no dia 05/12, em Curitiba, sua cidade-natal, para o lançamento do livro Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso. Antes disso, ele generosamente nos concedeu a entrevista abaixo.

JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção no jazz? Como foi o processo até se tornar um dos grandes escritores brasileiros do gênero?

Roberto Muggiati: Com pouco mais de dez anos de idade, ao ouvir naquelas velhas bolachas de 78 rotações-por-minuto os sons de Art Tatum, Nat King Cole, Louis Armstrong e Duke Ellington, percebi que aquela música era diferente das demais — era mais viva, mais inteligente, menos previsível e programada. Daí para o bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, para as invenções pianísticas de Bud Powell e Thelonious Monk, para o saxofone cool de Lester Young, foi a descoberta do jazz moderno, complementado depois pela escola da Costa Oeste (Stan Getz, Gerry Mulligan e Chet Baker, Shorty Rogers e seus grupos, a orquestra de Stan Kenton).

Como escrevia desde pequeno, a carreira enveredou para o jornalismo (e depois para os livros) e escrever sobre jazz — a música que amava acima de todas, foi um passo natural.

JM: Desde 2005 estamos tendo uma onda crescente de festivais de jazz pelo país. Os Festivais de Ouro Preto e Rio das Ostras já são reconhecidos como alguns dos melhores do mundo. Você acredita que prefeituras, produtoras e empresários estão descobrindo o poder do jazz?

RM: Com certeza. Você já ouviu falar dos festivais de Manaus, de Guaramiranga (no Ceará), de Joinville (Santa Catarina) e dezenas de outros “pocket festivals” nas capitais do Brasil. A maioria conta com patrocinadores públicos ou privados, indicação de que os marqueteiros descobriram finalmente o poder de penetração do jazz e a sua marca de qualidade e sofisticação.

JM: Como você avalia a difusão do jazz no Brasil?

RM: Ainda é pequena, apesar dos sites e blogs que existem. Mas publicações especializadas são raras, ou sazonais. Se você se der conta de que uma revista de uma grande editora sobre rock – a Bizz, da Abril – deixou de circular, a situação é ainda mais difícil para o jazz. Mas, graças principalmente à internet, o jazzófilo – como o jazzista – sabe se virar e encontra suas fontes de informação.

JM: No livro New Jazz: de volta para o futuro, você escreve a respeito de músicos que ficaram conhecidos como os Young Lions, surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de preservar uma tradição jazzística. Quais as diferenças entre essa geração mais recente e as anteriores, das décadas de 60 e 70, e quais as contribuições dos Young Lions para o futuro do jazz no século XXI?

RM: A geração dos irmãos Marsalis & Cia teve mais acesso do que as anteriores ao aprendizado não só do jazz, como da música em geral. (Muitos, como Wynton e seu irmão saxofonista Branford, são também exímios executantes do repertório erudito). Mas esta geração – embora toque admiravelmente bem – se viu condenada a uma releitura de todas as escolas do jazz que a antecederam, sem a capacidade de criar algo “novo”. (Este problema da criação do “novo” se aplica também a todas as outras artes: pintura, literatura, teatro, etc. — é uma espécie de característica da época, um momento, talvez, de apreender tudo o que já foi feito antes de começar algo novo, um momento de espera).

JM: O crítico inglês Stuart Nicholson, em seu livro Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address), gerou polêmica ao dizer que o jazz europeu detém os reais inovadores do jazz contemporâneo, pois essa geração de Wynton Marsalis cristalizou o jazz em uma música baseada no tradicionalismo e esqueceram da necessidade de criatividade e inovação. Você concorda com as palavras de Nicholson?

RM: Nem o jazz morreu, nem se mudou para um novo endereço (a comunidade dos euros). Podemos dizer que se espraiou por uma série de novos endereços e, registre-se aí, além da contribuição européia, as contribuições latino-americana (Brasil, Argentina, Cuba, México), asiática (Japão, China, etc), africana e por aí vai.

JM: Como você avalia os músicos que surgiram a partir dos anos 2000? Qual a proposta da nova geração?

RM: É uma geração pulsante de talentos, experimentando todo tipo de formatos musicais e explorando todas as possibilidades no campo da instrumentação. A meu ver, um fato importante é a ascensão da mulher, não mais presa ao papel da crooner, mas competindo com os homens em instrumentos “viris” como o contrabaixo, a bateria, o trombone e o saxofone. Sem mencionar que a grande band-leader e orquestradora da década é uma mulher, Maria Schneider.

JM: Fale-nos um pouco sobre o Improvisando Soluções, seu mais recente livro. Como surgiu a idéia de escrevê-lo?

RM: Como eu relato no próprio livro, a idéia tomou corpo a partir de um curso que dei em Porto Alegre em fevereiro de 2006, no Espaço Cultural Santander, sobre os Cem Anos do Jazz, três palestras de três horas que tiveram a ocupação da sala completa, incluindo homens e mulheres nas faixas etárias de 16 a 80 anos. A receptividade deste público de quase cem pessoas me despertou a idéia de escrever um livro sobre “vivências do jazz”, sem elaborar demais na parte técnica ou musical, mas enfatizando as lições de vida dos mestres do improviso.

JM: Neste livro, você relata uma passagem em que o jazz o salvou de um suicídio. Em algum outro momento o jazz o influenciou em outras decisões importantes?

RM: Não só nesta ocasião crítica, mas em situações do dia-a-dia, o jazz sempre contou muito em minha vida — na tentativa de tocar saxofone, estudando dez anos com o Mauro Senise, como na cobertura de shows e festivais, na descoberta de novos álbuns dos grandes mestres e também de músicos “menores” porém altamente significativos. O jazz sempre atuou no meu mecanismo de memória como a famosa “madeleine” proustiana, cada época ou momento de minha vida amarrado a esta ou aquela música. Basta ouvir hoje, por exemplo, Sarah Vaughan cantando Over the Rainbow acompanhada do saxofonista Cannonball Adderley que eu viajo na máquina do tempo até aquele ano mágico de 1958, meio século atrás, e revivo exatamente o que eu fazia, o que eu sentia na ocasião.

JM: Você cobriu o Festival de Montreux (1985 a 1988) e a maioria das edições do antigo Free Jazz. Quais as lembranças mais marcantes destes festivais?

RM: Existem os punti luminosi, como as apresentações de Hermeto e o dueto de Hermeto com Elis (1979), de João Gilberto (1985), a volta de Miles Davis aos palcos (1985), tudo isso em Montreux, a big band de Gil Evans no Hotel Nacional, o show grátis de Sonny Rollins no Parque da Catacumba, no Rio, a entrevista exclusiva de uma hora com Chet Baker e sua apresentação no primeiro Free Jazz, em 1985; a Mingus Band com Elvis Costello no MAM; ali mesmo, o conhecimento dos novos talentos de Terence Blanchard, Nicholas Payton, James Carter, John Pizzarelli, a comovente apresentação de Michel Petrucciani no Hotel Nacional; e, também ali, a do veterano violinista Stephane Grappelli; a maestria de veteranos como Lee Konitz, Art Farmer e Johnny Griffin. Rever Griffin (no Rio) e Dexter Gordon (em São Paulo 1980 e Montreux 1986) foi viajar de volta a Londres em 1962-63, quando eles passaram cada um um mês inteiro no Ronnie Scott's Jazz Club. Dizzy Gillespie e sua United Nation Orchestra no Free Jazz. Enfim, são momentos marcantes de música, que a gente não esquece jamais.

JM: Uma última pergunta para descontrair: no hino do Flamengo há os versos que dizem: "Eu teria um desgosto profundo/Se faltasse o Flamengo no mundo...". Se fosse o jazz que faltasse, como seria?

RM: Eu teria um desgosto profundo se o jazz faltasse, mas isso nunca vai acontecer. A propósito, há uma cantoria que rola nos estádios brasileiros entre as torcidas que é puro jazz, o refrão de When the Saints Go Marchin' In — tararará, tararará, tararará-rá-rá-rá-rá, tarará, tará, tarára, tarará, rá-rá-rá-rá! Repito a você a pergunta que até hoje ninguém me respondeu: como foi que está canção de New Orleans veio parar nas arquibancadas do Maracanã? Tenho a minha teoria: ela chegou através das charangas, aquelas bandinhas de torcida, como a famosa banda do Bangu e a Charanga do Flamengo, que captaram When the Saints através de discos ou até através das apresentações pela rádio e TV do incrível Booker Pitman. É um mistério digno de uma profunda pesquisa. Quem se habilita? JM

Título: Improvisando Soluções
Autor: Roberto Muggiati
Editora: Best-Seller
Ano: 2008
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DIA 05/DEZ EM PARAIBUNA



Joe Henderson

1963 - Page One


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Em 1963, depois de ter sido lançado por Kenny Dorham no grupo Jazz Prophets, o saxtenorista Joe Henderson estréia como líder em Page One, um registro antológico.

A importância deste álbum começa por seus protagonistas: os jovens Pete La Roca (bateria), McCoy Tyner (piano), Butch Warren (baixo) e o líder Joe Henderson (sax tenor) - que começavam a figurar no cenário jazzístico com a vertente do hard bop - dividem seus trabalhos com a experiência do trompetista Kenny Dorham, um dos precursores do bebop e músico muito respeitado na época.

Dorham é tão importante quanto o próprio Henderson em Page One por dois motivos: primeiro por seu estilo, repleto por influências latinas, ser claramente perceptível nesta gravação praticamente em todas as faixas. Segundo por duas marcantes composições próprias que abrem o álbum: Blue Bossa e La Mesha. A faixa Blue Bossa é resultado da experiência que Dorham teve ao visitar o Brasil no início dos anos 60. A gravação acabou tornando-se um verdadeiro standard e fez de Page One uma obra indispensável.

Os jovens músicos aos quais me referi acima despontaram depois desta gravação. O baterista Pete La Roca (ou Pete Sims) tocou com feras como Art Farmer, Freddie Hubbard, Mose Allison, Charles Lloyd, Paul Bley; gravou para o selo Blue Note e chegou a largar a música para se tornar advogado, retornando muitos anos mais tarde à carreira artística. Butch Warren tocou com Jackie McLean, Stanley Turrentine, Donald Byrd, Herbie Hancock, Dexter Gordon e teve a proeza de pertencer ao Thelonious Monk's Quartet entre 1963-1964. McCoy Tyner, que já pertencia ao famoso quarteto do saxofonista John Coltrane, participou da gravação do histórico A Love Supreme, em 1964. Tyner sustentou uma carreira sólida, que vai das raízes à vanguarda, transitando por diversos estilos de jazz. O saxofonista Joe Henderson, que desde o início da carreira já detinha um estilo original e criativo, ficou conhecido como um dos grandes saxtenoristas de seu tempo, participando de gravações memoráveis, como a de Song for my Father no quinteto de Horace Silver.

Tracks:

1. Blue Bossa
2. La Mesha
3. Homestretch
4. Recorda Me
5. Jinrikisha
6. Out of the Night

Credits:

Kenny Dorham - Trumpet, Liner Notes
Joe Henderson - Sax (Tenor)
Pete La Roca - Drums
Alfred Lion - Producer
McCoy Tyner - Piano

Joe Henderson na Wikipédia

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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

1958 - Theme Music From The James e Dean Story - Chet Baker And Bud Shank

James Byron Dean (James Dean 1931-1955) em alguns círculos, foi o epítome do cool. Seu "viver rápido e morrer jovem" traduzia uma rebeldia palpável para uma geração fervilhada e de grande influencia. Passou pela existencia em brancas nuvens, deixando um legado que a muito aspira novos debulte sem exito ou primazia. Assim como Dean, o trompetista Chet Baker também foi simbólo de arrefecer. Ela fazia sentido que o trompete de Baker agridoce iria desempenhar um papel importante na música para o filme documentário A História de James Dean, em 1956. Este álbum é algo diferente do que apenas uma outra sessão de Chet Baker ha sua discografia, certamente que não me refiro a uma sessão de Chet como algo precioso. Mas este álbum é mais um esforço colectivo e extraordinária delicadeza do que um grupo de músicos reunido apenas para tocar com Chet ao longo de data. É puro jazz costa oeste do mais alto calibre em todas as coisas preciosas que ela significa para cada um dos musicos deste estilo. Quer dizer não tem swingin, é adocicado. Não é apenas um bom sopra das corriqueiras sessões, é algo mais elaborado. Sendo uma trilha sonora para o documentário sobre a vida de James Dean segue-se uma espécie de conceito e os fluxos de música a tentar dizer a história dos diferentes momentos da vida do homem do topete hollywoondiano que era. A lista de músicos é absolutamente incrivel: Monty Budwig, Mel Lewis, Claude Williamson, Don Fagerquist, Charlie Mariano, Bud Shank, Pepper Adams e assim por diante, traduz uma simetria entre os instrumentos que deixa claro uma ideia, as aspirações são bem divididas. As modalidades são de dois dos maiores arranjadores da época, Johnny Mandel e Bill Holman. O ano é 1956 e a produção ficou a cargo de Richard Bock, Woody Woodward, Woody Woodward. O filme, dirigido por Robert Altman e George W. George, fornece uma visão espacional de uma brilhante presenças cada vez mais poderoso de James Dean e sua irreverecia como ator e ser humano que era. Rodado após a sua morte e narrado por Martin Gabel, este filme apresenta uma colagem de clipes do cinema e da televisão, como entrevistas com seus familiares e amigos, bem como ainda fotos de toda a sua breve, mas intenso e lendária vida . Um altentico Smooth Jazz, Cool Jazz pela Pacific Jazz Records, Gravado em Los Angeles em 8 de novembro de 1956. As faixas 3, 7 e 11 são mono. Nota: O menor canal esquerdo drop-outs nas faixas 2 e 10 estão em fitas master originais. Reeditado em 2000. James Dean era filho único, seu nome foi uma homenagem da mãe ao poeta inglês Lord Byron, filho de Wilton Dean um protético e de Mildred Dean filha de fazendeiros metodistas.

Faixas:
01 - Jimmy's Theme
02 - The Search
03 - Lost Love
04 - People
05 - The Movie Star
06 - Fairmont, Indiana
07 - Rebel at Work
08 - Success and Then What?
09 - Let Me Be Loved
10 - Hollywood
11 - Let Me Be Loved (Vocal Version)

Musicos:
Chet Baker - Trompete e Vocais
Monty Budwig - Baixo Acustico
Mel Lewis - Bateria
Claude Williamson - Piano
Don Fagerquist - Trompete (1, 2, 4,6, 8,11)
Ray Linn - Trompete (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Milt Bernhart - Trombone (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Charlie Mariano - Sax. Alto (1, 2, 4, 6, 8,11)
Bud Shank - Sax. Alto & Flauta (1, 6, 8, 11)
Richie Seward - Sax. Alto
Bill Holman - Sax.Tenor (1, 2, 4,11)
Richie Kamuca - Sax. Tenor (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Pepper Adams - Sax. Barito (1, 2, 4, 6, 8,11)
Mike Pacheco - Percurssão (1, 2, 4 , 6, 8,11)

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Boa audição - Namastê
Uma Colaboração do Blog Borboletas de Jade
Chet Baker, John Coltrane, Miles Davis & Jazz de Vanguarda.

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

1957 - Tijuana Moods - Charles Mingus

"Charles Mingus não era apenas um homem imenso e descontrolado que surrava para seus músicos quando erravam alguma nota (são clássicos os cascudos que deu em seu trombonista Jimmy Knepper). Ele também tinha um lado inegavelmente doce... não há sequer um registro policial de que tenha disparado sua arma, que levava na cintura em suas apresentações ao vivo, em algum ouvinte mais falador. É aquela coisa: todos queremos nos sentir protegidos, principalmente quando temos apenas 1,90m e 100kg. Além de sua gentileza, muito além, estava sua profunda e dilacerante ironia, não a ironia de um truculento que conserta sua mesa de sinuca com um cartão funcional, mas a ironia rascante do gênio irrequieto. Em seu álbum Tijuana Moods, gravado no estúdio A da RCA de New York, entre 18 de julho e 6 de agosto de 1957, traduz muito bem isso e presta uma homenagem aos cucarachos ("A barata" é uma tradicional canção folclórica em língua castelhana, pertencente ao gênero corrido, que foi muito popular no México durante a Revolução Mexicana). Na terceira faixa "Tijuana Gift Shop", Mingus primeiro zomba afrontosamente com meia dúzia de lugares-comuns do latin jazz para, em seguida, misturá-los de forma assustadoramente criativa, produzindo, quem diria, jazz. Foram raríssimos os músicos de jazz que se deram ao trabalho de manipular o material latino disponível de forma tão autêntica, criativa e convincente. Acredito que Mingus foi o músico do jazz que melhor soube dosar essa influência caribenha que sempre rondou o mundo do jazz e, apesar de despudoradamente explícitas as citações latinas, ao final todas soavam discretamente articuladas ao contexto jazzístico. Com incrível habilidade e talento Charles exige de nós atenção aos detalhes e sobretudo, senso de humor quando ouvimos a maioria de seus álbuns, sob pena de pensarmos estar ouvindo apenas mais um disco de jazz. Sua habilidade com a utilização do blues foi idêntica. Só é preciso registrar que, nesse álbum, Mingus põe Frank Dunlop, um dos melhores bateristas da época, tocando castanholas. Em 25 de September 2001, a RCA Victor Europe relança Tijuana Moods the complee edition, albúm remasterizado com mais seis faixas alternativas do rolo de estudio destas duas sessões. Uma otima autobiografia de Charles Mingus e dispunivel no Brasil é Saindo da Sarjeta, pela editora Jorge Zahar, com boa tradução do Roberto Muggiati (Sem comentarios). Mingus foi uns do modernizadores do jazz, um baixista incrível e um compositor alem de seu tempo. Tocou com todo mundo que importava na sua época, mas não é disso que se trata a sua autobiografia. Saindo da Sarjeta é quase um livro erótico, tão minuciosamente Mingus comenta a sua vida sexual, das descobertas do amor à tentativa de virar um cafetão. A música fica em terceiro ou quarto plano. Um problema do livro são opção de narra sua vida na terceira pessoa, desde o nescimento, esbarrando em momentos de pieguice profunda. Mesmo assim, as aventuras desse Casanova do jazz são deliciosas e proporcionam uma leitura ligeira e divertida. É considerado, ao lado de Thelonious Monk e Duke Eliington, um dos três maiores compositores da história do Jazz".
Texto e fonte, gentilmente cedida por:

Jazzseen.blogspot.com

Faixas:
01 - Dizzy Moods
02 - Ysabel's Dance Table
03 - Tijuana Gift Shop
04 - Los Mariachis (The Street Musicians)
05 - Flamingo
06 - A Colloquial Dream (Scenes In the City)
07 - Dizzy Moods (Alt. Take)
08 - Ysabel's Dance Table (Alt. Take)
09 - Tijuana Gift Shop (Alt. Take)
10 - Los Mariachis (Alt. Take)
11 - Flamingo (Alt. Take)
12 - A Colloquial Dream (Alt. Take)

Musicos:
Charles Mingus - Baixo Acustico
Curtis Portor (Shafi Hadi) - Sax. Alto
Jimmy Knepper - Trombone
Clarence Shaw - Trompete
Bill Trigia - Piano
Dannie Richmond - Bateria
Frankie Dunlop - Percurssão
Ysabel Morel - Castalholas
Lonnie Elder - Vozes & Narração

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Boa audição - Namastê.
Uma Colaboração do Blog Borboletas de Jade
Chet Baker, John Coltrane, Miles Davis & Jazz de Vanguarda.

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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Show do Circular BR com Gabriel Grossi e Raul de Souza

Terça-feira, dia 2 de dezembro, a partir das 19h30, o gaitista brasiliense, Gabriel Grossi e seu convidado, o trombonista Raul de Souza sobem ao palco do Teatro de Arena da Caixa. No dia 14, as 19 horas, seguem para o Teatro Municipal de Niterói.

Com o objetivo de promover o intercâmbio cultural no cenário musical brasileiro, o Circular BR apresenta a série de shows de música popular brasileira instrumental. Nesta edição o Trio Bonsai, o gaitista Gabriel Grossi, a dupla de trompetista e trombonista Zé da Velha e Silvério Pontes e o violeiro Roberto Correa recebem ao palco ilustres instrumentistas do cenário musical, como Ulisses Rocha, Raul de Souza, Trio Madeira Brasil e Jaques Morelenbaum.

As apresentações são realizadas, em datas alternadas, até o dia 12 de março de 2009 em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Niteroi, Aracaju e Recife. A idéia central do projeto é reunir instrumentistas com diferentes propostas musicais que apresentam, ao lado de renomados músicos, a combinação de seus “temperos”, para diferentes pláteias onde não estão acostumados a tocar.

Patrocinado pela Petrobras BR e com a coordenação geral e direção artística do músico Marcelo Guima, o projeto realizou nas edições anteriores mais de 100 shows, em oito diferentes cidades de oito estados.
www.circularbr.com.br

Sobre os músicos:

Gabriel Grossi: Jovem gaitista brasiliense radicado no Rio de Janeiro, Gabriel Grossi explora diversos gêneros da música brasileira. Com sua gaita cromática, desenvolve uma linguagem de improviso que busca caminhos expressivos e, muitas vezes, inusitados.

No Brasil e no exterior, o músico já trabalhou ao lado de nomes como Chico Buarque, Ivan Lins, Leila Pinheiro, João Donato, Guinga, Lenine, Djavan, Milton Nascimento, Dominguinhos, Maria Bethânia, Ney Matogrosso e uma de suas grandes influências, Hermeto Pascoal. O clarinetista Paulo Moura e Zélia Duncan e Beth Carvalho, com quem gravou CDs e DVDs, também estiveram ao lado do gaitista.

Com seu primeiro disco, “Diz que fui por aí” (Delira Música), arrancou elogios de representantes da harmônica mundial. Seu mais recente CD, “Arapuca” (Delira Música), inspirado no forró, mostra que é possível aliar a tradição da música instrumental com o gosto popular através da música nordestina.

Já o show “Brasilianos”, do bandolinista Hamilton de Holanda, é um caso a parte. Interpretado pelo quinteto Daniel Santiago (violão), André Vasconcellos (baixo), Márcio Bahia (bateria), Gabriel Grossi (harmônica) e Hamilton de Holanda (bandolim), o trabalho conquistou o Prêmio Tim de Música 2007 na categoria Melhor Grupo Instrumental e foi indicado ao Grammy Latino 2007 na categoria Melhor Álbum Instrumental.

A carreira internacional estabelecida lhe rendeu viagens pela Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, EUA, Portugal, França, Itália, Colômbia e Angola. Para o Circular BR, o músico se une a dois grandes instrumentistas da nova geração: Guilherme Ribeiro (piano) e Serginho Machado (bateria). Juntos formam o Gabriel Grossi Trio.

Raul de Souza: João José Pereira de Souza nasceu em Campo Grande, subúrbio carioca, e cresceu em Bangu, onde aprendeu pandeiro, bumbo, caixa e prato. Aos 16anos de idade teve seu primeiro contato com o trombone (de vávula) na banda da Fábrica de Tecidos Bangu. Batizado por Ary Barroso com o nome artístico de Raul de Souza, ficou conhecido com seu trombone nas gafieiras cariocas.

Em 1957, Raul grava pela primeira vez com Altamiro Carrilho e a turma da Gafieira, que incluía o baterista Edson Machado, o violonista Baden Powell, o sax tenor Zé Bodega e o acordeon de Sivuca. Nesse mesmo ano, recebe o prêmio de melhor músico pelo crítico Paulo Santos, da rádio MEC do Rio de Janeiro.

O músico toca, em São Paulo, com Sérgio Mendes (com quem também excursiona pela Europa pela primeira vez), e, de volta ao Rio de Janeiro, além de participar da gravação do LP de Mendes (grupo Bossa Rio), toca na Orquestra Carioca da Rádio Mayrink Veiga.

Seu primeiro LP como solista, “À Vontade Mesmo” (1965), tem a participação do baterista Airto Moreira. De volta à Europa, Raul acompanha o pianista Luís Carlos Vinhas e permanece em Paris por um ano, trabalhando na boate Elephant Blanc e, além de outras casas noturnas, no famoso clube de jazz Blue Note.

Novamente no Brasil, Raul trabalha por nove meses como integrante do RC-7, conjunto reunido por ele para acompanhar o cantor Roberto Carlos. Em 1968 monta o grupo instrumental Impacto 8, com o qual grava mais um disco. Um ano depois, parte para o México como integrante do grupo SamBrasil. Em 1973 é convidado para uma turnê pelos EUA com Flora Purim e Airto Moreira. Nesse mesmo ano, lança seu primeiro LP americano “Colors”, produzido por Airto, com arranjos do grande trombonista J. J. Johnson e participação do baterista Jack De Jonette e do saxofonista Cannonball Adderley. Esse disco alavanca uma série de convites para participação de Raul em outras gravações (com Sonny Rollins, Caldera e outros) e o leva à “Encyclopedia of Jazz”, do crítico Leonard Feather.

Após “Colors”, viriam mais três LPs: “Sweet Lucy” (1977), “Don’t Ask My Neighbors” (1978) e “Till Tomorrow Comes” (1979). Todos pelo selo Capitol – os dois primeiros produzidos por George Duke.

Raul de Souza consagra-se como compositor e instrumentista. Durante sua longa temporada nos EUA, toca e grava com alguns dos melhores músicos americanos, como Cal’Tjader, Cannonball Adderley, Azar Lawrence, Al Dejohnette, Lionel Hampton, Sarah Vaughan, Leon Ndugu Chancler, George Duke, Stanley Clarke, Ron Carter, Frank Rosolino, Sonny Rollins, Freddie Hubbard (que assina a elogiada apresentação de seu álbum “Sweet Lucy”, do qual participa), Hubert Laws, além dos brasileiros Sérgio Mendes, Airto Moreira, Flora Purim, Hermeto Pascoal, Milton Nascimento e Toninho Horta.

Raul também inventa um instrumento: o Souzabone, trombone em dó com quatro válvulas, com mais recursos que os tradicionais, em si bemol com três válvulas. Raul desenha e encomenda o instrumento, que vem utilizando a partir de seu LP “Don’t Ask My Neighbors”.

Entre os prêmios recebidos por Raul nos EUA, está o título de cidadão honorário de Atlanta, Geórgia. Em 1979, foi classificado pelo terceiro ano consecutivo entre os cinco melhores trombonistas de jazz pelos leitores da revista Down Beat e considerado o número um pelos da New York City Jazz Magazine.

Raul viveu por muitos anos na França, participando de apresentações com o seu grupo francês. Em 2004, foi homenageado no Chivas Jazz Festival - Brasil. Em 2005 esteve novamente no Brasil para o lançamento do CD “Elixir” e do documentário "Viva Volta", de Heloísa Passos.
Seu recente trabalho, “Jazzmim”, foi lançado pela gravadora Biscoito Fino e gravado em Curitiba com o grupo Natocaia.

Serviços:
RIO DE JANEIRO (RJ) – DIA 02/12 – TERÇA-FEIRA às 19:30
CAIXA CULTURAL-TEATRO DE ARENA
226 Lugares
End.: Rua Almirante Barroso, 25 - Centro
Tel.: (21) 2544-4080
Ingressos – 5,00 (inteira) e 2,50 (meia)
Gabriel Grossi Trio
Convidado especial: Raul de Souza

NITERÓI DIA 14/12 – DOMINGO às 19 horas
TEATRO MUNICIPAL DE NITERÓI

400 Lugares
End.: Rua XV de Novembro, 35 - Centro
Tel.: (21) 2620-1624 / 2613-0106
Censura Livre
Ingressos: R$ 5,00 (inteira), R$ 2,50 (meia)
Gabriel Grossi Trio
Convidado especial: Raul de Souza

Assessoria de Comunicação
Rio de Janeiro e Niteroi
Nani Santoro - nanisantoro@uol.com.br
21 3324 5200 - 21 9855 1939

Coordenação e outros estados
Claudia Corbett – claudiacorbett@uol.com.br 11.8507.2113
Fernanda Blotta – fblotta@gmail.com

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