quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Moçambique: a sobrevivência da cultura popular


Na minha recente incursão pelo “Moçambique Profundo”, tive a oportunidade de registar em imagens e som as mais variadas e ricas expressões de arte, sobretudo musical, do povo moçambicano.
Numa estrada de terra batida, ligando a cidade de Pemba à belíssima praia de Mecufi, norte do país, cruzei-me com estas duas mulheres/músicas, que, à pé, viajam para uma aldeia vizinha para onde foram convidadas para abrilhantarem um casamento tradicional.
Uma delas é tocadora do instrumento que se vê nas duas imagens e a outra simplesmente canta.
O instrumento chama-se PANKWÉ e é constituído por várias cordas ou fios dedilhados, cujo som é aumentado por uma ou duas caixa de ressonância normalmente feitas de cabaças.
Coloca-se um fio de arame contínuo sobre uma tábua de madeira rectangular, com 6 ou 7 orifícios em cada ponta, por onde entra o fio, de modo a formar 6 ou 7 cordas. Uma das extremidades da tábua penetra numa cabaça ou então, as duas extremidades são colocadas sobre duas cabaças, ficando assim o Pankwé com duas caixas de ressonância.
Para afinar o som das várias cordas, usam-se pequenos pedaços de madeira colocados debaixo de cada uma delas, que o tocador aproxima ou afasta dos orifícios para produzir o som desejado.
Este instrumento está principalmente disseminado entre as populações ajauas e macuas das Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.
O Pankwè é tocado sozinho como forma de entretenimento, sendo normalmente acompanhado pela voz do próprio tocador.

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