Daniel Sousa e Silva
“Como é que nasceu o jazz” perguntou uma das cerca de três dezenas de crianças que participaram na iniciativa “O jazz vai à escola”, na Casa da Moagem, no Fundão, na última sexta-feira de manhã. A resposta veio por intermédio de Rodrigo Amado, um dos criadores da acção didáctica que esteve pela primeira vez no distrito de Castelo Branco. “O jazz apareceu nos Estados Unidos da América, através de uma mistura de culturas musicais, nomeadamente entre a africana e a utilização de instrumentos europeus”.
As crianças estavam mais interessadas em questões de pormenor. Perguntou outra: “Porque é que o senhor da guitarra [baixista] também usa os pés de vez em quando?”. Sempre paciente, Rodrigo Amado explicou que serve para “alterar o som do instrumento”, aproveitando para estabelecer uma ligação entre o baixo e a bateria, o seu instrumento. “A bateria serve para marcar o ritmo, mas não tem notas”, dizia, enquanto tocava um pouco. Rodrigo Amado pede ao colega para tocar também baixo para elucidar: “Este outro instrumento tem o objectivo de marcar o ritmos das músicas, só que tem a vantagem de também ter notas”.
Pelo meio das explicações, decorreram intervalos para ouvir aquilo que Rodrigo Amado chama de “clássicos” do jazz. “Todos os músicos de jazz conhecem estas músicas ou, pelos menos, deviam conhecer”, diz. As crianças riem-se.
JAZZ “É SEMPRE DIFERENTE”
Em tom mais sério, Rodrigo Amado explica que o objectivo da iniciativa “é dar a conhecer um estilo de música novo para muitas crianças. É algo tão simples quanto isso. Há tanta música que passa, por exemplo, na televisão, que é sempre igual e com pouca qualidade. O jazz é sempre diferente”, reitera.
Criado em 2002 por Pedro Costa (produtor musical na área do jazz, crítico, editor) e Rodrigo Amado (músico de jazz e crítico no jornal Público), o programa “O Jazz vai à Escola” passou já por diversos estabelecimentos de ensino do País. A acção didáctica antecedeu o concerto de sexta-feira à noite do Sexteto de Mário Barreiros, evento integrado no festival itinerante Portugal Jazz.
Fonte: Diário XXI
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