quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Um guia rápido para melhor entender o jazz

Rui Branco

O musicólogo Jorge Lima Barreto lançou recentemente mais um ensaio dedicado ao jazz, uma espécie de pequeno guia com 43 páginas.

Intitulada "Jazzorama 5", trata-se de uma incursão rápida por uma das expressões musicais mais marcantes do século XX, a que o autor já dedicou várias obras e com uma outra profundidade - e quem as conhece não terá aqui grandes novidades.

Lima Barreto dividiu este seu novo ensaio em cinco partes jazz: herança do século XX; proto jazz; fronteiras do jazz; o jazz e os media na pósmoderinidade e cognomes do jazz.

O musicólogo dividiu a primeira destas partes,noutras quatro variedade musical, da tradição oral ao kitsch; jazz, sincrético e seminal, eleito língua franca; pop rock, moda, formulação espectacular ; novas linguagens, criatividade pluridisciplinar e invenção científica. Aqui ficamos com uma ideia de como o jazz foi uma peça da evolução que vivemos durante o século XX e como surgiram um sem número de propostas para o terceiro milénio que agora dá os primeiros passos.

Em "proto jazz", o autor especula sobre o aparecimento do fenómeno musical. Escreve designadamente que " a música é imitição" ou então que "a música não está na naturezaporém , sai da natureza, emerge naturalmente da natureza".

Já em "fronteiras do jazz" ficamos com uma breve imagem de como as inovações estéticas e tecnológicas ditaram a evolução desta música . E como o jazz se fundiu com outras estéticas, que, a princípio, pareciam evidenciar diferenças inultrapassáveis, como, por exemplo, o raga indiano, a clássica japonesa ou a popular hebraica. Em suma, o jazz conseguiu estender os seus tentáculos a praticamente todas as tipologias.

No capítulo "o jazz e os media na posmodernidade", Lima Barreto aponta que, hoje em dia, já não precisamos de ir ter com a música, ela vem ter connosco, tamanha é a profusão de suportes por onde se difunde no nosso quotidiano.

No último capítulo, o musicólogo aborda "cognomes do jazz", uma abordagem que ainda não tinha realizado em obras anteriores. Aqui tem uma visão um tanto irónica sobre as alcunhas pelas quais são conhecidos alguns dos nomes mais famosos, devidamente catalogadas. Ficamos a saber, por exemplo, que Herman Blount era Sun Ra, que Ben Webster era Frog, que Coleman Hawkins era Bean, que Julian Adderley era Cannonball, que Milt Jackson era Bags, entre muitos, muitos outros.

Fonte: Jornal de Notícias

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