domingo, 1 de junho de 2008

Hamilton de Holanda Quinteto no Circo Voador

Hamilton de Holanda e Seu Jorge. Foto: Fernanda Melonio

Ontem, dia 31/05, Hamilton de Holanda lançou o seu novo cd, Brasilianos 2. A equipe do blog JazzMan! conferiu de perto o show e ainda teve direito a entrevista nos bastidores.

Por JazzMan! e Fernanda Melonio

Apesar do friozinho de começo de inverno, a Lapa estava em polvorosa. Não foi só o habitual movimento boêmio ou o cortejo de maracatu: o Circo Voador viveu uma noite de êxtase ao som de Hamilton de Holanda e Quinteto, com participação de Seu Jorge. Formado por Daniel Santiago (violão), Gabriel Grossi (harmônica), André Vasconcellos (contrabaixo) e Marcio Bahia (bateria) e Hamilton de Holanda (bandolim de 10 cordas), o quinteto lançou o cd Brasilianos 2 na noite do último sábado (31).

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Com uma apresentação marcada por puro virtuosismo e capacidade de improvisação, o quinteto deixou a platéia boquiaberta. O show começou com a sublime “Ano Bom”, faixa que abre o novo cd. Em seguida, o bandolinista mandou o seu recado: “Podem ficar à vontade. Viva a democracia brasileira. Chegou a minha hora de tocar no circo”. O clima era realmente democrático, com uma platéia formada por pessoas das mais variadas gerações e tribos.

Hamilton dava total liberdade para os solos de seus músicos, e o público respondia calorosamente a cada uma das performances. O artista mostrava muita simpatia e alegria: sambava, pulava e ainda sorria para as fotos, além de interagir o tempo todo com a platéia. A velocidade também impressionava. Em “Estrela Negra”, terceira música do show, o baixista André Vasconcellos foi ovacionado por seu solo, que foi feito com o auxílio de um arco.

Em “O mundo não acabou”, quarta música do show, Hamilton contou à platéia um pouco do processo de composição: “Eu estava no meu apartamento, no Recreio, quando olhei pra o mar e vi aquelas ondas gigantes, resultado de um temporal violento na cidade. Acabei me lembrando da Tsunami e resolvi fazer uma música em cima da sensação de impotência que tive perante ao acontecimento, além da sensação de paranóia que me invadiu”. A atmosfera criada em torno da história foi impressionante: em momentos de tensão e pura turbulência, o baterista fazia sons que lembravam uma verdadeira tempestade.

Outra faixa que merece destaque é a comovente “Paz Paes”, feita para o amigo Serjão Paes, falecido em 2006 e, segundo Hamilton, grande motivo de sua mudança para o Rio de Janeiro.

Um dos pontos altos do show foi o solo de Hamilton, que emocionou a platéia fazendo uso de variadas técnicas, inclusive tocando seu bandolim de 10 cordas de maneira percursiva, dando a sensação de que havia milhares de bandolins acompanhando. Espetacular.

Depois do solo, Seu Jorge surgiu no palco para delírio da platéia. O cantor cantou “Zé do Caroço”, emendando com “Negro-Drama”, canção manifesto que é sucesso do grupo Racionais MCs.

No final do show, Seu Jorge falou da importância de Hamilton de Holanda no cenário musical: “Hamilton é o topo da cadeia alimentar. Classe média alta. O melhor que o Brasil pode oferecer. Aproveitem”. Hamilton respondeu: “Viva Jorge!”.

Hamilton falou a respeito do Cd, que estava sendo vendido no Circo Voador pelos preços simbólicos de R$ 5 (sem encarte) e R$ 10 (com encarte). Também comentou sobre a questão de compartilhamento da música: “Eu sei que já tem gente disponibilizando em sites e pirateando tudinho. Tá tudo certo”.

No bis, que acabou sendo uma seqüência muito boa que foi de Zé Ketti a D. Ivone Lara, os músicos – já fora do palco – resolveram lançar um desafio para Seu Jorge e tocar “Linha de Passe”, de João Bosco. Jorge comentou: “Esses músicos são muito rápidos, tocam muito e ficam lançando esses desafios no peito da gente”. Nós é quem agradecemos.

Fotos: Fernanda Melonio

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http://www.hamiltondeholanda.com/site/index.php

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