Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.
Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.
Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.
A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.
A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.
Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.
Programa:
01. O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02. A História da Morena Nua Que Abalou as Estruturas do Esplendor do Carnaval
03. Samba Raro
04. Afrosamba
05. Balanço das Horas
06. Silêncio No Brooklyn
07. Lá vem o homem que matou o homem (Lanny Gordin & Max de Castro)
08. Candura
09. Pra Você Lembrar
10. Stereo
11. O Nego Do Cabelo Bom
12. Não-identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13. Iluminismo
14. Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15. Onda Diferente
16. Programa
17. Pixinguinha Superstar
18. Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19. Assim é...se lhe parece
http://www.myspace.com/maxdecastro
Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max
Link Quebrado? Post Sem Foto?
desculpe, naum entendi como faço pra escutar o podcast
ResponderExcluirmarcondes.luis@gmail.com
Max de Castro é um gênio! :)
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