Quando Chet Baker resolveu assumir definitivamente o duplo trabalho como trompetista e cantor, em 1954, boa parte da imprensa especializada norte-americana torceu o nariz ao ponto de ser chamada de desengoçada e horripilante. Baker dono de uma sensibilidade invejável até mesmo pelos instrumentistas mais virtuosos, era aclamado como um dos trompetistas de jazz promissores de sua época, recebendo elogios de ex-companheiros de trabalho como os saxofonistas Stan Getz, Charlie Parker e Gerry Mulligan. Dessa forma, 'ceder espaço' de sua carreira como trompetista para a 'popular' tarefa como cantor não parecia ser a opção mais segura, segundo os críticos. Isso fica claro em "My Funny Valentine" onde muito aprendeu a respeita-lo como cantor de vanguarda. Mas o álbum 'Chet Baker Sings', de 56, foi um sucesso de vendas e bem valorizado pela mídia menos purista. Um romântico Chet, dono de uma voz frágil, delicada, quase sussurrante, provou ser afinadíssimo, preciso e criativo também como cantor. Depois de 54, seja durante gravações de álbuns nos Estados Unidos ou pela Europa, Chet passou a reservar espaço para produções vocalizadas. Nos anos 60, Chet passou mais tempo lutando contra os problemas na justiça, as detenções e o vício pela heroína do que propriamente sua voz ou seu trompete. Somente a partir da década de 70, quando o instrumentista tentou recuperar a carreira, bons álbuns foram novamente gravados, apesar da saúde em farrapos e delibitada. Conta-se que o disco "Chet Baker Sings" mudou a vida de João Gilberto, que era um imitador de Orlando Silva quando cantava no conjunto vocal Garotos da Lua (um classico). João ia diariamente à lendária Lojas Murray, no Rio de Janeiro, o ponto de encontro dos jazzófilos, e, alguns anos depois, também dos bossanovistas. Naquele tempo, as lojas de discos tinham cabines para os compradores ouvirem suas bolachas, como diziam na época. Todos os dias João instalava-se numa delas passando horas ouvindo o LP de Chet. Encantando-se pela voz de Chet, operou-se uma metamorfose inacreditável em seu estilo. Passando a emular o timbre intimista de Chet, nasceu a voz mais conhecida da bossa nova quando gravou "Chega de Saudade", pedra fundamental do estilo que conquistou o mundo. Chet Baker Sings se tornou o primeiro álbum completo de corpo vocal e trompete de Chet ao longo de sua carreira.São 14 faixas, mostrando um lado cantor em seus momentos de pura nostalgia, acompanhado pelo amigo e pianista Russ Freeman a gual ficou a cargo os arranjos e Kenny Drew de Milão, seguido por orquestra e arranjos de cordas. Na realidade são varias sessões até o final desta album: a primeira com as faixas de 1 a 6, gravado em 23 e 30 de Julho de 1856 e as faixas 7 e 14 em 15 de Fevereiro de 1954 na Capito Studio - Los Angeles. Selo: Pacific Jazz 7243 8 23234 2 6
As fotografias são de do freelance William Claxton.
As fotografias são de do freelance William Claxton.
Faixas:
01 - That Old Feeling
02 - It's Always You
03 - Like Someone In Love
04 - My Ideal
05 - I've Never Been In Love Before
06 - My Buddy
07 - But Not For Me (Vocal)
08 - Time After Time
09 - I Get Along Without You Very Well (Except Sometimes)
10 - My Funny Valentine (Vocal)
11 - There Will Never Be Another You (Vocal)
12 - The Thrill Is Gone (Vocal)
13 - I Fall In Love Too Easily
14 - Look For The Silver Lining
Músicos:
Chet Baker - Trompete, Vocals
Russ Freeman - Piano, Celesta
James Bond - Baixo Acustico
Peter Littman - Bateria
Larance Marable - Bateria
Bob Neel - Bateria
Carson Smith - Baixo Acustico
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Boa audição - Namastê.
Uma Colaboração do Blog Borboletas de Jade
Chet Baker, John Coltrane, Miles Davis & Jazz de Vanguarda.
Link Quebrado? Post Sem Foto?
yeah,
ResponderExcluirgreat blog,
brother...
I love Jazz and Chet is the best!
thanks for all,
Roberto